Já pensaste que
por trás de cada prostituta
existe uma mulher?

Netografia

• www.dn.sapo.pt
• www.solidariedade.pt
• www.publico.pt
• www.oninho.pt
• www.dst.com.br
• www.abcdasaude.com.br
• www.wikipedia.pt

Conclusões

• A prática da prostituição remonta à Antiguidade

• Actualmente é uma prática regulamentada em alguns países.

• A prostituição é um factor da proliferação da SIDA, tida com epidemia mundial.

• A prostituição é um negócio multi-bilionário, com elevada procura.

• O dinheiro não é o factor primordial da entrada no mundo da prostituição, mas factores de ordem sócio – afectivo.

• A prostituição é ainda um tema tabu na sociedade portuguesa.

• As prostitutas são vítimas de extrema violência.

• Portugal é uma porta de entrada para a para a prostituição na Europa.

• A prostituição em Coimbra é localizada e significativas.

• A maioria das prostitutas esconde-se e não quer falar da sua actividade.

• A prostituição está associada à toxicodependência e tráfico de droga.

• Em Coimbra existem instituições de apoio a estas mulheres, com vista à integração das mesmas, para a qual o país não está preparado.

Dst's

DST's são doenças sexualmente transmissíveis, ou seja, que são doenças infecciosas que se transmitem essencialmente pelo contacto sexual que, por sua vez, podem transmitir doenças provocadas por vírus, bactérias, fungos ou parasitas.

A mais grave de todas:

SIDA- doença provocada pelo vírus VIH (vírus de Imunodeficiência Humana). este vírus actua destruindo as defesas naturais do organismo contra infecções, cancros, etc. o que faz com que a pessoa acabe por morrer vítima de doenças que até poderiam ser inofensivas se a s suas defesas funcionassem normalmente.

• Como se propaga?

1. sexo sem protecção com uma pessoa infectada (fluídos vaginais ou sémen)
2. contacto com sangue de uma pessoa infectada (exemplo: corte na pele)
3. partilha de seringas
4. transfusões de sangue contaminado pelo vírus
5. através de mães para filhos, através da placenta ou do aleitamento

• Como prevenir?

1. usar o preservativo
2. ser honesto com o parceiro
3. se algum dos parceiros teve algum contacto de risco deve fazer o teste do HIV
4. não consumir drogas intravenosas, se o fizer não partilhe agulhas

• TESTE:

1. determina se há ou não a presença de anticorpos para o HIV no sangue
2. os anticorpos aparecem 6 semanas depois da infecção se instalar, mas pode demorar 6 meses até se manifestar

• Qual a cura?

1. ainda não há uma vacina ou qualquer tipo de tratamento apenas os anti-virais
2. assim, a única forma de protecção contra a SIDA é mesmo a PREVENÇÃO!!!
   

Entrevista à irmã Martinha

Casa Nossa Senhora da Paz (Quinta da Belavista, Solum): casa de acolhimento a mulheres que decidiram sair da prostituição, dirigida por 3 irmãs Adoradoras. Estas são contactadas através do Tribunal de Menores, instituições, centros de saúde, hospitais ou organizações ligadas ao HIV.


Objectivos da Casa:
1ª Fase: dar segurança e apoio (psicológico, emocional, social, psiquiátrico)
2ª Fase: integração numa ocupação ou emprego ou num curso de formação. Colocar filhos numa creche.

Ajudar a mulher a descobrir o que tem de bom, aumentar a sua autoconfiança, auto-estima e o seu auto-conceito, a se autonomizar financeiramente (acompanhamento após a saída da instituição).


Funcionamento da Casa (capacidade para 14 mães e filhos):
Casa família – privilegia-se o ambiente em família, a convivência;
Organização: 3 Irmãs, voluntários, psicóloga, assistente social;
Apoio: psiquiatra, segurança social através da Cáritas Nacional;
Partilha de tarefas da casa;
Actividades: ponto-cruz, Arraiolos, brincos de bijuteria;


Características das mulheres:
Faixa etária dos 18 aos 35 anos com ou sem filhos (até aos 3 anos);
Algumas têm sida, hepatite ou outra DST;
Possessivas, agressivas, necessidade de se estarem sempre a defender;
Mulheres traficadas (trabalho pontual com a PJ e o SEF);


Grupo de Voluntários:
Várias idades e profissões;
Querem dar algo de si e do seu tempo por uma causa;
Participam em todas as actividades;
Organizam um programa de formação: saídas culturais e cursos de formação (saúde, relação pais/filhos, etc.)


Trabalho de rua:
Uma noite por semana
Recursos utilizados: carro, dinheiro da segurança social
Forma de aproximação: bolo, termo com café, sandes para iniciar conversa
Zona de actuação: Baixa, Fernão de Magalhães, do Largo das Ameias à Casa do Sal, Estação Velha, Parque Industrial perto de Eiras (espanholas), Beira-rio, Portugal dos Pequenitos (nigerianas)


Visão da prostituição pela Irmã Martinha

• Portugal não está preparado para receber estas mulheres – sociedade preconceituosa;
• Não se deve julgar. A prostituição não é vida ou dinheiro fácil, porque se o fosse toda a gente a escolheria;
• A prostituição é o último recurso, pois estas mulheres não têm o apoio adequado;

Análise de uma entrevista a uma prostituta

• Enveredou pela prostituição, pois não tinha emprego e precisava de sobreviver de algum modo.
• Diz que não é prostituta, mas que é assim considerada.
• Muitas outras raparigas também trabalham sozinhas e colocam anúncios no D.C.
• Escrever nos anúncios que é universitária, não atrai mais clientes.
• A prostituição não rende muito, o nível de vida não aumenta.
• Clientes raramente querem usar preservativo.
• Diz que os portugueses não estão bem informados em relação às DSTs.
• Todas querem deixar a prostituição, mas não sabem quando tal acontecerá.
• A maior parte dos clientes que a procuram são de meia idade.

A prostituição em Coimbra em números

Violência física e sexual

• 9 Em cada 10 prostitutas foram violadas durante a infância
• Quase metade destas mulheres voltou a sofrer abusos desde que começou a trabalhar na rua

• 41 Prostitutas de rua do Porto afirmam terem sido vítimas de elevados graus de violência exercida pelos seus clientes

• Mais de 80% das mulheres inquiridas foram vítimas de agressões verbais ou físicas
• Quase metade foi vítima de violência sexual
• Um terço foi raptado
• Mais de metade das prostitutas foi agredida 4 ou mais vezes e perto de um terço mais que 10 vezes desde que iniciou a prática da prostituição
• Os clientes são os principais autores das agressões
• As prostitutas mais agredidas são as toxicodependentesAs taxas de agressão física são mais elevadas na rua
  
• Os índices de violência sexual e de ameaças com armas são mais elevados nos contextos de interior

De um universo de estudo de 7 mil mulheres portuguesas acompanhadas ao longo de 10 anos, cerca de 90% das prostitutas foram violadas ou abusadas sexualmente entre os 8 e os 12 anos
Estas mulheres são vítimas de actos que vão desde o insulto até ao assassinato exercidas por clientes, proxenetas, companheiros e outros desconhecidos




Tráfico de prostitutas

Segundo o HEUNI:

• Portugal é o mais importante país de trânsito de prostitutas da América do Sul para Espanha, Holanda, Alemanha e França
• Portugal é uma grande fonte de tráfico de mulheres portuguesas e estrangeiras para exploração em Espanha
• Metade das prostitutas no activo em Portugal são estrangeiras e vêm da Europa de Leste, de África e da América Latina
• Em Lisboa há uma comunidade de 6500 mulheres a trabalhar na prostituição
• A maioria das mulheres chega a Portugal via aérea

• Metade das prostitutas no activo em Portugal são estrangeiras e vêm da Europa de Leste, de África e da América Latina
• 65% das vítimas vêm da América Latina, nomeadamente da Colômbia, Brasil e República Dominicana
• Cresceu o tráfico com origem na Europa de Leste e nos Balcãs. 20% das vítimas são da Rússia e Ucrânia
• Um número considerável de portuguesas está envolvido na prostituição espanhola

Prostituição e DST’s

• Estudo de fim de curso de 3 enfermeiras dos hospitais de Torres Novas, Tomar e Peniche, sobre a prostituição e as DST’s, em áreas apoiadas por associações congéneres à ANO em Coimbra, Leiria e Lisboa
• Questionário respondido por 61 mulheres, 56 dos quais foram validados
• 60% Das mulheres recorre à prostituição económica; 3,5% possui o Ensino Superior; a média de clientes diários é de 5; 57,5% sofre de hepatite C e 12,5% de SIDA
• As toxicodependentes são um grupo de maior risco

Fonte: artigo de opinião



A Prostituição em Coimbra

• A prostituição em Coimbra é muito significativa, sobretudo na Baixa.
• Faixa etária até aos 42, 43 anos
• Prostitutas da Mealhada, Figueira da Foz e Pombal em Coimbra
• Portugal dos Pequenitos: prostitutas dos PALOP e nigerianasRazões: por necessidade, pagar vícios, por pressão do companheiro ou chulo

Fonte: Dra. Cláudia, assistente social do Centro Comunitário de Inserção da Caritas Diocesana de Coimbra

Prostituição:

A palavra “prostituir” vem do verbo latino “prostituere”, que significa expor publicamente, pôr à venda, entregar à devassidão.
É a comercialização da prática sexual.
Mercadoria é o prazer do homem ou a imaginação desse mesmo prazer
Oferta da intimidade da mulher ou criança.

A prostituição pode ser:

• heterossexual feminina (prostitutas) e masculina (pederasta),

• infantil

• homossexual.

A prostituição é parte de uma indústria multibilionária:

Modalidades desta indústria: o turismo sexual, o tráfico de mulheres e a pornografia. É um mercado forte e lucrativo, ao mesmo tempo que é um fenómeno cultural enraizado nas imagens do homem e da mulher, veiculadas pela sociedade


Oferta: Mulher que se vende.

Procura: Homem que a compra - caso mais raro.

Na maioria dos casos, intervém uma terceira pessoa, o organizador e explorador do mercado, o chulo ou proxeneta.
Assim, a instituição da prostituição não beneficia somente o cliente, pois traz benefícios a terceiros.
As mulheres prostituídas, na sua maioria, foram condicionadas para serem prostitutas através de maus-tratos, de violência, de discriminação e de falta de auto-estima, o que as torna miseráveis e passivas, que as leva a pensar que o seu último recurso é o uso do seu corpo como objecto sexual.


O cliente:
O cliente é proveniente de todas as classes sociais.
O local onde procura a mulher é diferenciado e varia consoante o seu poder de compra.

Numa zona pobre da prostituição:

• trabalhadores com fracos recursos económicos
  

• pouco exigentes - aparência e comportamento da mulher

• oscilações na procura: intensa no princípio e no fim de cada mês, fraca nos restantes dias.

Num hotel ou num bar de luxo:

• cliente tem poder económico

• exigente quanto à oferta

• não há oscilações na procura, que persiste durante todo o mês.

A relação entre a mulher e o cliente é uma relação mercantil.
O pagamento da prática social introduz a desculpabilização, o não compromisso, a desresponsabilização.

O dinheiro põe os sentimentos à distância.

O sexo encontra-se separado de todo o significado humano, sexo/objecto.
Há uma banalização do sexo, pois dissocia-se o sexo (objecto de prazer), do sexo (órgão de reprodução) e do sexo (meio de exprimir o amor).
É uma forma de violência, que vai contra a dignidade humana e os seus direitos fundamentais.



As mulheres prostituídas defendem o reconhecimento da prostituição em nome “do direito fundamental de dispor do seu próprio corpo”.
Lutam pela legalização da prostituição, que irá pôr fim às redes criminosas que controlam a indústria do sexo.
Legalizar é conceder ao homem um poder legítimo de comprar o sexo directamente a outros seres humanos, acabando, assim, o chulo.














Factores que levam à prostituição de uma mulher:

* Filha de trabalhadores rurais, operários da construção civil, desempregados, analfabetos ou semi-analfabetos;

* Famílias numerosas, com um grande número de irmãos;

* Pai ou mãe ausente e mesmo os dois;

* Fome na infância;

* Trabalho infantil - tomar conta dos irmãos mais novos, ajudar pai ou mãe no campo, trabalho em fábricas;

* Habitação sub-urbana;

* Alcoolismo do pai ou do pai e mãe;

* Desagregação familiar;

* Abandono, maus tratos, violência;

* Desamor/carências afectivas;

* Baixo rendimento escolar, frequência da escola sem conclusão do 9ºano;

* Relação sexual precoce, em muitos casos, por violação e/ou incesto;

* Gravidez precoce;

* Solidão;

* Ignorância;

* Desemprego;

* Falta de formação profissional;

* Frequência de internatos na infância e/ou adolescência

Objectivos:

• Sensibilizar as pessoas, em geral, e comunidade escolar em particular, para a problemática em questão;

• Consciencializar as pessoas, em geral, e a comunidade escolar em particular, para prevenir comportamentos de risco;

• Compreender as causas e consequências;

• Compreender o contexto em que a problemática se desenvolve e compreender as expectativas das prostitutas.